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Conversa, quinta feira, 27 de agosto 2015

Desde ontem, depois de uma longa e cansativa viagem, estou em Salta, no extremo norte da Argentina para participar e falar em um Congresso da Universidade de Salta sobre os 50 anos do Concílio Vaticano II e os caminhos das Igrejas na América Latina.

É um encontro grande. Mais de 300 participantes, entre professores, alunos e gente de Igrejas. Um congresso com vinte assessores, importantes, alguns inclusive vindos da Europa, uma teóloga e Raul Bettancourt da Alemanha (eu o conhecia de outros encontros) e o congresso faz um diálogo entre Teologia e Filosofia.

Comecei minha fala sobre o Concílio e o caminho ecumênico das Igrejas recordando que hoje é aniversário do falecimento de Dom Helder Camara. Todos o conhecem de nome e o admiram, como uma pessoa viva e que continua a motivar e a propor caminhos novos.

À tarde, me entristeceu muito ver um índio Koba dessa região se apresentar como bispo evangélico e dizer que em 1931 o seu povo procurou os missionários cristãos, porque ou se convertiam ou eram massacrados. Os cristãos salvaram suas vidas, mas acabaram com a cultura indígena. Hoje, eles são evangélicos. Os mais velhos têm 50 anos, o que significa que toda a geração dos mais velhos morreram (como???) e os atuais não sabem nada, mas nada mesmo de suas histórias originais, de suas crenças e valores. Nada. E ele está muito agradecido aos missionários....

Uma vergonha!!!

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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