Ontem, tivemos a celebração dos 15 anos da partida de Dom Helder. Uma saudade imensa dele e do caminho que ele nos mostrava.
Como, em nossa Igreja, hoje, é difícil e trabalhoso, fazer minimamente o que ele fazia de forma natural e tranquila em seu tempo. Ontem, penso que foi a primeira vez, em uma dessas celebrações, que tivemos a participação de dois ministros anglicanos (Félix e Francisco) e um pastor batista (Paulo Sérgio). Concelebraram comigo dois padres, Zé Augusto e Fábio, ambos abertos e capazes de se inserir naquele ambiente ecumênico. A Igreja cheia. Reginaldo Veloso animou os cânticos que foram pastorais e bem executados.
O padre João Pubben nos enviou da Holanda uma mensagem breve, mas bela e profunda. O que é importante agora não é homenagear o Dom e sim assumir a sua herança e continuar o seu caminho. Os textos das leituras eram sobre o verdadeiro pastor que Deus dá a seu povo. Fiz uma breve homilia recordando o forte conteúdo político do capítulo 10 de João e como Dom Helder tinha vivido esse evangelho ao ligar seu ministério pastoral e propriamente eclesial com a preocupação pelo mundo todo. E como hoje devemos viver isso.
No final da missa, o pároco (Zé Augusto) me disse: "Foi muito bom. Aqui, (nas Fronteiras) deve ser assim: um espaço mais livre".
E eu concordei e respondi que vamos avançar mais. Depois que saí de lá, pensei: "Seria toda a Igreja que é chamada a ser Igrejas de fronteiras e espaço livre".