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Conversa, quinta feira, 30 de janeiro 2014

Hoje, pela manhã, recebo um telefonema de Leonardo (Boff) e sinto que ele estava comovido e tinha uma notícia pesada para mim. Era para dizer que havia poucos minutos, o nosso irmão e amigo, o padre João Batista Libânio tinha tido um infarto repentino e tinha partido. Ele estava em Curitiba e estava bem. Antes de começar um retiro para um grupo, teve o infarto fulminante. 

Durante todo o dia, nós do seu grupo de teólogos e amigos, trocamos mensagens e compartilhamos nossa dor. Nem dá para falar. Ficamos todos meio órfãos. Ele coordenava o grupo de Emaús, grupo de teologia ao qual pertenço e tinha sempre uma atitude muito paternal para com todos. Alguém me disse que ele deixa 125 livros publicados, livros só dele, sem falar nos muitos e muitos que ele escreveu com outros autores. É mais um dos nossos que se vai. Ficamos mais pobres e mais sós. Que Deus nos ajude. 

Para ele, sem dúvida, partir assim foi uma graça. Ele era um homem sempre bem-humorado e alegre, profundamente espiritual e bondoso. De certa forma, foi como teria querido ir, discretamente e sem fazer barulho. Para nós que ficamos é que o choque torna mais difícil sentir e viver a dimensão pascal da partida. É claro que cremos e a palavra de Jesus no evangelho de João nos ilumina. Na véspera de sua partida, Jesus orou: "Pai, quero que onde eu estiver, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória...." (Jo 17, 24).

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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