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​Conversa, sábado, 10 de agosto 2013

O Pacto das Catacumbas foi um documento assinado por um grupo de bispos liderados por Dom Hélder Câmara e outros, em novembro de 1965 em Roma. Nesse documento, esses bispos que assinaram se comprometiam a renunciar aos títulos de nobreza que então os bispos tinham, se comprometiam a renunciar a vestes e sinais de grandeza e a serem pessoas simples e pobres, em comunhão com os mais pobres do mundo. Comprometiam-se a realizar um jeito de ser Igreja mais comunhão e menos hierarquia piramidal. 

Agora, quase 50 anos depois, um grupo de bispos e padres na Itália decidem aproveitar o apelo do papa Francisco por uma Igreja serva e pobre. Decidem retomar o pacto das catacumbas e lançam uma campanha para bispos e padres assinarem hoje o pacto se comprometendo a retomar esse projeto de Igreja. 

Pessoalmente, vejo isso como um fato excelente, embora pense que não basta retomar os propósitos dos anos 60. A Teologia da Libertação nos ensinou que devemos estar junto com os pobres, mas contra a pobreza injusta. E não adianta colocar-se do lado dos empobrecidos se não se luta contra o atual sistema capitalista e não se assume uma dimensão social e política da fé. Estou em diálogo com um pequeno grupo de bispos brasileiros para eles liderarem esse movimento aqui.  

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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