Estou novamente em Camaragibe, depois do retiro que coordenei para os agentes de pastoral da diocese de Crateús, um retiro bom e que penso todos gostaram, mas me deixou profundamente impressionado com o modo como Roma trata uma Igreja profética como a diocese de Crateús. Há quase um ano e meio tirou o bispo deles, nomeando-o para outra diocese, é claro, sem consultar ninguém de lá. E pronto. De lá para cá, não dá nenhuma satisfação. Nem a diocese pode eleger o seu bispo, nem o núncio em Brasilia que se arvora esse poder faz nenhum sinal de que cumprirá a parte dele em breve. Será quando ele quiser e como quiser. E a diocese que na estrutura católica depende do bispo deve esperar calada e paciente, sem reclamar e achando normal que o bispo de Crateús seja escolhido em Brasília por um diplomata que representa o papa.
Hoje, 24 de agosto, lembra um dia trágico da história: a noite de São Bartolomeu. Poucos dias depois, em Roma, o papa cantou um Te Deum para agradecer a Deus o fato dos católicos terem massacrado na França milhares de protestantes. Graças a Deus, hoje vivemos outro clima entre as Igrejas separadas, mas é importante que não seja apenas a superação dos ódios e violências, mas que cheguemos ao que o Conselho ecumênico de Igrejas chama de "diversidade reconciliada".