Romero e os ciganos
Hoje começou aqui em Fátima o encontro internacional da pastoral dos ciganos e nômades. Gosto muito de conhecer e aprofundar a relação com esses missionários e missionárias, a maioria leigos que acompanham esse povo das estradas e das estrelas. Encontrei algumas pessoas que já conhecia na Itália e na França. O padre Agostinho, ainda jovem, mora de acampamento em acampamento. Nao tem casa fixa. As duas irmãzinhas de Jesus (da congregação de Foulcaud) também, ele na Itália, elas na França... Uma senhora cigana que eu acompanhei na ida ao santuário das aparições me contou muita coisa da vida dos ciganos. Quando lhe perguntei qual sua nacionalidade ela me explicou: Meu pai vinha de uma família grega e nasceu na Iugoslávia. A família de minha mãe era egípcia, mas ela nasceu na Itália. Como me tiveram na França, eu tenho cinco passaportes, (francês, italiano, grego, egípcio e croata). Mas, atualmente, ela vive entre a Espanha e Portugal... Então me pergunto se seus filhos terão sete passaportes e tudo legal... Penso que todos nós temos dentro de nós uma alma de nômade e de cigano que junta magia com a arte de viver em comunidade com as estrelas e se lixa para essa sociedade do consumo e do capital.
Hoje as comunidades latinoamericanas fazem memória do martírio de Dom Oscar Romero, arcebispo de El Salvador assassinado por militares por consagrar sua vida aos indios e deserdados do mundo. Que Deus me dê a graça de viver essa herança da profecia que ele nos deixou.