Ontem, passei o domingo em Buenos Ayres que me agrada pelo seu tom cultural. Adoro ver em cada esquina de rua ao menos uma livraria e o centro da cidade tomado por teatros, cinemas e casas de cultura. Em nenhuma cidade brasileira vejo isso. Em Buenos Ayres, é bom ver a multidao andando tranquila pelas ruas do centro, tudo iluminado.... Imagine isso as oito ou nove da noite no centro de Recife ou mesmo de Sao Paulo ou Rio... Nossas cidades viraram fantasmas e passaram a vida para os shoppings. Em Buenos Ayres, ha sim a juventude geracao do shopping, mas ainda ha muita vida nas ruas da cidade.
Pela manha, como qualquer católico tradicional, fui a missa na catedral. Nao comento o rito para nao escandalizar ninguem, mas é bom eu ver e sentir o que os católicos comuns sentem com certas missas e tantas homilias de padre que nao dizem nada, nada. Meu Deus.
E depois fui visitar minha amiga Clelia Lurio. Ao Vaticano que a chamava de "aquela mulher" por ela ter desviado do "bom caminho" um bispo fervoroso, (Dom Jerónimo Podestä), ela dizia: Mi nombre es Clelia. Agora tem 86 e está lúcida e ativa. É amiga do papa Francisco e desde que ele é papa, ja lhe telefonou quatro vezes. Quando era cardeal em Buenos Ayres, a chamava no telefone a cada domingo e ela lhe ajudava a pensar a partir de uma perspectiva diferente da que bispos e cardeais estao acostumados a ver e ouvir. Conversamos bastante e almocei com ela.
Depois encontrei mais um amigo e fiquei no hotel lendo. La fora era muito frio e mal escapei da gripe que me torturou durante algumas semanas. Agora escrevo do aeroporto de Buenos Ayres tentando um voo mais cedo para Recife. Se nao conseguir, ficarei aqui horas esperando. É bom para exercitar a paciencia.