Cheguei de Cuba na madrugada de hoje. Cansado, mas feliz com os encontros que tive e os contatos novos que estabeleci. Já fui a Cuba muitas vezes. Talvez essa tenha sido a nona ou décima vez. Entretanto, cada vez que vou, a realidade da ilha me impressiona. De um lado, uma sociedade da sobriedade, sem excessos, sem riquezas e sem as aparências de nossas sociedades. As estradas têm o trânsito que as cidades brasileiras tinham há décadas atrás. As casas são lugares de encontro e em toda Havana, nesses dias, vi apenas duas ou três televisões funcionando e os programas não são os nossos big brothers e novelas da Globo. Nesses dias, dei três conferências sobre pluralismo e diálogo inter-religioso para grupos ecumênicos. Também fiz encontros com a direção do Instituto Superior de Ensinos da Religião da Universidade de Havana. Gente excelente. Além desses, encontrei militantes sociais e estudantes.
Na quinta à noite, me levaram para falar em uma Igreja presbiteriana a uns cem quilõmetros da capital. Dessa vez, viajou comigo Pedro Lapa, economista, amigo de 40 anos e que estava indo a Cuba pela primeira vez. Adorou.
Nessa visita lancei as bases de um encontro de pesquisa teológica sobre bolivarianismo e teologia da libertação. O importante é saber que temos de alimentar a utopia das pessoas e comunidades. Em uma casa de Havana, vi escrito um cartaz: "Aqui somos realistas. Por isso, lutamos pelo impossível!".