Aceitei o convite da diocese de Nazaré da Mata para ir a Limoeiro (uns 80 Km do Recife) para participar de um encontro da nova associação de catadores (de lixo) da Mata Norte (região de PE).
Fui e o encontro era com quatro agentes de pastoral, um assessor amigo e treze pessoas catadores/as de lixo de Limoeiro. Para mim, o mais exigente foi o fato de que para encontrá-los em seu local de trabalho e poder conversar com todos e não apenas com uma equipe de coordenação ou representantes, o encontro foi no lixão. Não foi a primeira vez que estive em um lixão, mas atualmente devo estar mais frágil. Em poucos minutos, comecei a sentir dor de cabeça e vontade de vomitar que consegui controlar até o final. O mau cheiro e a imensa quantidade de moscas, em meio aos urubus e cachorros que ficam por la tentando encontrar algo para comer. O fato de estar em pé no meio mesmo do lixo (não havia terreno limpo). No sol muito quente e por um momento na chuva, era muito difícil para minha saúde. Mas, ver a pessoa de Jesus naquelas pessoas ali reunidas e contentes com a nossa presença. No final do encontro uma das coordenadoras chorou de emoção. De fato, foram eles que falaram da sua vida, das suas lutas e das dificuldades. Estão ali sem uma bota, sem luva, sem um galpão para recolher e guardar o material reciclável, sem condução ou qualquer meio para transportar (por exemplo, uma carroça). Por isso, estão nas mãos dos intermediários que fixam os preços que querem e pagam quanto quiserem. Ao mesmo tempo, entre eles, uma alegria, uma relação afetuosa. Passei lá com eles de nove às onze da manhã, mas aquilo encheu todo o meu dia. Obrigado, Senhor, por essa ocasião de graça e de contemplação amorosa de tua presença.