Hoje, completo 49 anos do 08 de dezembro em que fiz minha primeira profissão (votos) de monge. Assim, entro na celebração do meu ano de jubileu (50 anos). Quanta coisa mudou desde então, dentro de mim e na minha relação com o mundo. Hoje, pela manhã, algo dentro de mim me fez voltar ao velho mosteiro de Olinda. Como não tinha avisado ou preparado a visita - o mosteiro está com os telefones cortados - uma pane no sistema - não encontrei nenhum dos meus amigos - e achei o mosteiro o invólucro de sempre, mas "a borboleta voou". Gostei de ter ido até a Igreja e de ter reencontrado os lugares de minha primeira formação monástica, mas essa visita só me confirmou: o mosteiro no qual Deus me quer é o mundo: o mundo, como ele é. E como sinal divino nesse dia, recebi um convite para participar da próxima sessão do Fórum Mundial de Teologia e Libertação que se realizará durante o próximo encontro do Fórum Social Mundial em Túnis na Tunísia (África) em março. Se Deus me conservar o mínimo de saúde, irei.
Hoje celebro também o progresso no processo de integração da América do Sul como a imensa pátria grande sonhada por Bolívar. Nesses dias, foi inaugurada em Quito, no Equador, a sede da UNASUL (União das Nações da América do Sul). O edifício ganhou o nome de Nestor Kirtchen, em homenagem ao presidente argentino que foi o primeiro secretário geral da UNASUL. E em um encontro que houve agora, os presidentes dessa organização decidiram duas coisas: vão implementar a possibilidade de uma moeda comum latino-americana (será mais forte do que o dólar que está em crise) e junto com isso até o final desse ano (portanto dentro de um mês), sairá do papel e das idéias a fundação do Banco do Sul que terá como função coordenar a solidariedade econômica entre nossos povos. Um belo sonho que se realiza. Somos brasileiros, mas mais do que isso, somos latino-americanos.