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Conversa, segunda feira, 14 de maio 2012

Sacrifícios

Queridos irmãos e irmãs, 

Voltei agora à noite da Universidade Católica onde participei de um fórum interreligioso sobre sacrifícios nas religiões populares. Defendi uma teologia anti-sacrificial (crítica às religiões e seus sacrifícios), mas capaz de dialogar com as culturas populares e com sua noção de sacrifícios, vinda da própria dureza da vida e que mais fala de sua resistência cultural do que de uma imagem de Deus como patrão ao qual tem de se pagar algum tipo de tributo ou imposto. Não ousei falar em nome do Candomblé ou das religiões afro já que não sou fiel dessas crenças. Mas, como cristão as defendi. 

Lembrei dois filmes (gosto tanto de cinema que onde posso faço propaganda de filmes): "Um homem chamado cavalo" do começo dos anos 70 e que mostra o tipo de sacrifício terrível que um branco tem de viver para se tornar índio sioux. E um filme mais atual, brasileiro, sobre o Candomblé. Chama-se "O Jardim das folhas sagradas" de Pola Ribeiro (cineasta de Salvador, BA). A partir daí percorri a Bíblia e mostrei como Deus pede amor e apenas aceita o sacrifício que é necessidade nossa e não dele. A sala tinha muita gente jovem e que pareceu compreender minha mensagem. 

Depois jantei na casa de amigos cujo assunto fundamental foi lembrar Dom Hélder Câmara, meu mestre e a experiência de amizade que cada um viveu com ele. E eu me lembrei que o lema dele era "In manus tua Domine", Nas tuas mãos, Senhor.... 

Peço a Deus que faça com que se torne cada vez mais vivencialmente o meu e o nosso: viver nas mãos de Deus. Que ele os/as abençoe. Um abraço do irmão Marcelo 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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