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Conversa, segunda feira, 16 de junho 2014

Nesse final de semana, aconteceu em Santa Cruz de la Sierra, o encontro dos líderes dos países da América Latina e China. Só tivemos noticia disso pela imprensa alternativa, já que a imprensa oficial não dá nenhuma notícia e quando dá é negativa. Nesse domingo, Jô Soares entrevistou para a Globo, o senhor Henrique Capriles, chefe da oposição de extrema direita na Venezuela. Quem acreditar no que foi dito sai dali com a certeza de que a Venezuela jaz sobre uma ditadura feroz e o povo está esmagado debaixo da opressão de um governo sanguinário. 

Do lado oposto, os presidentes se encontraram e firmaram um pacto de respeito à democracia participativa e decidiram aprofundar o diálogo com a sociedade civil. Ao mesmo tempo, a preocupação principal foi como tornar os Estados instrumentos que possibilitem e estimulem o Bem Viver, tanto no plano econômico, como cultural. O discurso do presidente Evo Morales no início do encontro deve ser lido e meditado. 

Pessoalmente,  tenho muitas coisas ao atual governo brasileiro, refém do PMDB e do que há de pior na política. Lamento extremamente a política agrária, assim como a política ecológica do atual governo. E em consciência não poderei votar em um governo que trata os povos indígenas do modo como esse governo está tratando, ou seja, omitindo-se na defesa da terra dos índios e de seus direitos constitucionais. Entretanto, o melhor do governo brasileiro (desde Lula) é a política externa e a abertura à integração latino-americana que tanto Aécio como Eduardo já afirmaram não concordar. O desafio é esse: como manter e até aprofundar essa integração latino-americana com um governo atrelado às elites rurais e urbanas?      

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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