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​Conversa, segunda feira, 29 de abril 2013

Para mim o encontro com um grupo de teólogos amigos e companheiros como tive nesse final de semana em Petrópolis é um prazer e reanima o coração e a garra de lutar. Normalmente, dedicamos um tempo do encontro à partilha de experiências e do que cada um/uma tem vivido. Depois, em cada encontro, tomamos um tema e dessa vez o tema foi o aumento do fundamentalismo religioso e o que está acontecendo na Câmara dos Deputados onde a comissão de direitos humanos está nas mãos de grupos assim. Foi uma reflexão que nos fez compreender melhor o fenômeno e nos alertou para a urgência de trabalhar para testemunhar uma fé mais aberta e em diálogo com o mundo atual. Depois conversamos sobre a conjuntura do Brasil e do mundo. Dá pena ver o governo Dilma sem um programa de governo, sem uma plataforma política. Parece que o único objetivo é eleitoreiro e a tal governabilidade faz a gente ter Feliciano na comissão de direitos humanos e Blairo Maggi, o tal rei da soja, na coordenação da comissão de meio ambiente. É mesmo colocar a raposa para tomar conta das galinhas e isso é obra do atual governo. Aliás, é triste ver a quantidade de pessoas da direção nacional do PT servindo às grandes empresas e conglomerados do capital: Oderbrech, Gerdau e mesmo Eike Batista. O próprio Lula tem se dedicado a ser garoto propaganda e agente desses grupos. Triste fim para um antigo partido que queria ser de trabalhadores e a favor do trabalho. 

No plano da Igreja, apesar das esperanças suscitadas pela boa comunicação do novo papa, enquanto a estrutura do papado e da centralização eclesiástica não mudar, é difícil pensar um futuro para o Cristianismo católico. De todo jeito temos sempre que ter esperança. Um dia os efeitos dos últimos 30 anos de papado vão quem sabe passar, o inverno se dissolverá e brilhará uma nova primavera pascal. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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