Surpreendentemente, minha irmã Penha tem melhorado e ontem à tarde saiu da UTI quando ninguém esperava isso. Agora está em um apartamento, mesmo com visitas restritas, mas está bem melhor. Não tem febre e apresenta um quadro muito mais esperançoso. Ontem, meu amigo italiano Marco Campedegli reagiu ao que escrevi sobre minha dificuldade de orar pela saúde de uma irmã em um hospital com tanta gente doente... igual a ela e que merece a saúde tanto quanto minha irmã. Ele me respondeu: "Jesus quer responder ao nosso amor e o amor é sempre pessoal. Não é algo genérico e impessoal. Deus nos ama a cada um por seu nome e sobrenome e uma coisa seria pedir uma cura exclusiva e excludente. É claro que não se trata disso. Outra coisa é que você peça por alguém que lhe é confiado... Isso não é nenhum egoísmo e Deus espera isso". Não posso dizer que me convenceu muito. Continuo com dificuldade de pedir algo para mim ou para os meus, mas, de fato, concordo com o fato de ligar a oração à relação pessoal de amor que Jesus quer ter conosco...
Hoje, pela manhã, Penha dormia e eu velava ao lado sentado num sofá. De repente, ela abre os olhos e pede água. Eu dou e ela olha para mim e pergunta: "É pecado a gente desejar a morte de Eduardo Cunha antes que ele consiga destruir o Brasil?". Era o que naquele momento e naquele contexto eu menos esperava escutar dela. Minha reação foi rir. E ela continuou comentando: "Sei que os que querem acabar com tudo o que, apesar dos erros e contradições, conquistamos, não são poucos e sei que a competição entre Renan, Temer e outros é dura, mas Eduardo Cunha é diferente. É especial.
E eu lhe disse: "Não é o momento agora de se preocupar com isso. Tente dormir". E ela virou para o outro lado...