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Conversa, sexta feira, 04 de julho 2014

Acabo de assistir à vitória apertada do Brasil contra a Colômbia nas quartas de final dessa Copa do Mundo. Não costumo assistir futebol e dessa vez participo para fazer companhia às minhas irmãs que gritam, choram e riem ao mesmo tempo. Ao participar, acabo entrando no clima, vibrando e sentindo a emoção que contagia a todos no campo e em casa. Tenho tudo para ser contra: critico o clima de competição que é agressivo e injusto com partidas excelentes que "perdem". Sou contra a montanha de dinheiro jogado nisso. Sou contra a alienação que normalmente pesa sobre os jogadores e sobre o povo. Sou contra o fato de durante tantos dias, parece que o mundo esquece os horrores da guerra contra os palestinos em Israel, a desumanidade com que a Alemanha trata a Grécia por causa de suas dívidas e outros horrores que ocorrem no dia a dia do mundo. Sou contra o fato de que, como está organizada, a Copa é um instrumento do império financeiro da FIFA e do capital, ao qual o mundo inteiro se dobra. No entanto, nessa Copa, pelo fato de que os meios de comunicação (tipo Veja, Globo, Estadão, etc) torceram tanto contra - para desestabilizar o governo e desacreditar o Brasil - que me sinto levado a torcer a favor. Fico contente que o povo brasileiro esteja dizendo aos profetas da desgraça que eles estavam errados e tudo está saindo de forma positiva e melhor do que se esperava. Não acredito que vitória na Copa facilite vitória do governo nas eleições, (uma coisa não tem nada a ver com a outra), tenho muitas críticas ao governo Dilma - (para mim, é quase impossível votar em um governo que trata os índios do modo como esse governo está tratando), mas é claro que minha oposição é à esquerda e farei tudo para defender o governo e as conquistas sociais da última década se se tratar do risco de ver de novo o meu país nas mãos da elite que sempre o dominou. A única salvação que pelo momento entrevejo é apostar na reforma política, levar a sério a assinatura do pedido de consulta popular no começo de setembro e insistir em que sem uma verdadeira reforma política, o Brasil não muda para melhor.

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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