Acabo de chegar para começar agora à noite, em Igaraçu, PE, um curso de fim de semana com o noviciado e juniorato de várias congregações religiosas, unidas no Juniorato Intercongregacional da Conferência dos Religiosos/as, CRB. O tema é "Ecumenismo e Diálogo interreligioso". Pelo que vejo são mais de 50 moças e poucos rapazes. Sempre dou esses cursos, mas para mim, é como se fosse a primeira vez. Materialmente porque, como não guardo textos nem material de outros cursos, cada vez, me obrigo a criar, a falar para agora e construir juntos com elas/eles. No plano mais profundo, porque é um assunto tão central e interior na minha vida que é como pedir que eu fale de uma coisa que eu não sei exprimir. É minha respiração e minha vocação, ou ao menos, aquela que acho que Deus me deu e na qual ele me quer.
Por outro lado, como é urgente hoje em um mundo no qual diálogo quase não existe e as intolerâncias são cada vez mais frequentes e ameaçadoras.
É claro que, na metodologia do Ver, Julgar e Agir e como aprendi da Teologia da Libertação, tenho sempre de partir do grupo e procurar responder não às questões que eu tenho sobre o tema, mas as perguntas e dúvidas que o grupo me traz. Acima de tudo, quero ajudá-los a descobrir que não se trata de uma técnica, nem de alguma especialização de pastoral e sim de descobrir o projeto mais profundo de Deus e o desejo maior de Jesus: a unidade. Ou descobrimos isso como caminho espiritual e vivemos isso como oração e desejo permanente de vida, ou não adiantam nada todas as teologias e estudos. Nesse ano, 50 anos do documento do Concílio sobre o Ecumenismo, acho incrível como essa verdade ainda não encontrou eco no coração da maioria dos católicos, dos padres, religiosos/as e bispos. Deus nos ajude.