Hoje, sofri ao ler um companheiro que já foi meu amigo e éramos juntos da caminhada, um teólogo que foi importante na Teologia da Libertação dar uma entrevista dizendo que desde o começo não concordava e se afastou por achar que a Teologia da Libertação coloca o pobre em primeiro lugar e não Jesus Cristo. Incrível como faz uma oposição que nunca deveria ser feita. Como se se pudesse escolher entre o pobre e Jesus. Não quero e não posso julgar a consciência dele e respeito a liberdade dele se afastar de um caminho com o qual não concorda. Não quero também apontar contradições no que ele diz de sua história e em suas palavras atuais. Tudo isso não me compete e não quero fazer. Só acho que ele poderia ficar calado e não dar um testemunho tão errado e falso a respeito de irmãos e irmãs que estão sofrendo e dando a vida pelo que fazem. Se eu fosse dar um testemunho meu, diria que é onde mais encontro pessoas espirituais e apaixonadas por Jesus e por seu projeto é na teologia da libertação e na caminhada popular. Não posso aceitar que essa teologia esteja superada, nem que esteja se repetindo. Há muita coisa nova e diferente. Sem dúvida, ele não leu nada sobre Teologia Pluralista da Libertação. Não procurou se informar sobre Teologia da Libertação pós-colonial e sem falar na Ecoteologia e tudo o que de novo tem sido escrito sobre isso.
Fico triste porque poder-se-ia evitar essa divisão. Mas, graças a Deus a caminhada continua e o importante é que a libertação é mais ampla e prioritária do que a teologia da libertação. Não concordo que a Igreja deva voltar a ser principalmente uma religião institucional. Graças a Deus, o próprio papa atual insiste em que ela seja antes de tudo um serviço ao mundo.