Hoje durante toda a tarde, assessorei uma das tendas do encontro das Cebs do Nordeste. Eu que esperava ficar mais à sombra e na retaguarda tive de assessorar o grupo e depois ainda ficar encarregado de apresentar a síntese do encontro da tenda para o plenário grande... Graças a Deus, estava no grupo o Celso Carias, leigo encarregado nacional de acompanhar as Cebs pela CNBB e eu o chamei e dividi com ele o encargo. Foi bom...
Tanto eu como ele sentimos que o pessoal sente a nostalgia dos tempos do mundo rural. Embora todo mundo viva nas cidades, a cidade é um ambiente hostil e duro de se viver... Os jovens gostam mais. Não voltariam a um mundo rural... Dependem dos meios de comunicação e do anonimato das grandes cidades. No entanto, as relações se deterioram, a segurança humana é um desafio de cada dia e a relação com o sagrado teria de se reinventar... Conversei sobre o que chamei de "conversão do sagrado em nós". Isso implica em passar de um sagrado religioso, moral e meio baseado na lei e no medo para um sagrado relacional, baseado na redescoberta de um encanto amoroso pela vida, pelo convívio e pela comunhão com a natureza... Essa conversão se dá na Bíblia. Basta ver o modo como Deus se manifesta a Moisés no monte Sinai e a Jesus na montanha da transfiguração, sem falar a evolução que já houve com o profeta Elias no mesmo monte de Deus. A manifestação divina passa a ser do afastamento (Afaste-se do monte) para a intimidade da brisa suave e do convívio com Jesus. "Senhor, é bom estarmos aqui...". Passar de um sagrado baseado no medo para esse prazer do convívio e da intimidade afetuosa... Do sagrado religioso para o sagrado na luta pela dignidade humana e a justiça....
As Cebs celebram sempre os mártires da caminhada. Eles nos ensinam a fazer esse caminho...