Nessa noite, em Correias, RJ, estamos começando o encontro semestral de um grupo de teólogos/as ao qual pertenço, do qual gosto e pelo qual me sinto ajudado. Geralmente o encontro semestral tem três partes, uma primeira de partilha de vida e de trabalho, a segunda é de estudo em comum (cada vez um tema escolhido por todos) e terceira uma organização da agenda e dos compromissos. Dessa vez, recebemos como convidado o pensador brasileiro-francês Michael Lowy. Ele nos fez uma colocação profunda sobre o momento atual do mundo e uma tentativa de interpretação disso a partir do pensamento de teóricos importantes. Particularmente, nos falou de um texto do filósofo Walter Benjamin, texto da década de 20, sobre o Capitalismo como Religião. Gostei de sua análise, embora a achei um pouco negativa e pouco esperançosa. De todo modo, me fez recordar que a característica da profecia bíblica é a indignação ética. Um dos grandes problemas do mundo de hoje é que parece que a indignação ética das pessoas tem diminuído muito. A gente acaba se habituando a ver e a conviver com muitas injustiças e parece que já não se indigna mais. É preciso retomar essa dimensão profética do amor - a capacidade de se indignar e de acreditar que é possível uma alternativa social, humana e espiritual.