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​Conversa, sexta feira, 10 de maio 2013

Hoje, as comunidades católicas populares começam a novena do Espírito Santo em preparação à festa de Pentecostes. De certa forma é uma devoção popular que tem sua base bíblica, já que conforme os Atos dos Apóstolos, depois que Jesus subiu ao céu, os discípulos e Maria ficaram reunidos no cenáculo em oração, esperando o Espírito que Jesus havia prometido. Gosto desse costume e sempre o pratiquei em minha vida de monge. Hoje, procuro dar um sentido novo e mais profundo a essa expectativa do Espírito e a esse tipo de oração. O que significa pedir que o Espírito de Deus venha quando cremos que ele é mais íntimo a nós do que nós mesmos e não tem sentido pensar uma vinda como se fosse de uma pessoa material para algum lugar. Nós fomos formados em pedir "visita o coração dos teus", "enche o coração dos fieis", etc... Mas, são imagens ou parábolas de algo bem mais profundo. Hoje, compreendo que a espiritualidade é sermos movidos pelo Espírito, é quando somos impulsionados por ele/ ou ela, como por uma força interior. Então, sim, peço ao Espírito que venha, mas sei que estou pedindo que me dê a graça, a luz e a capacidade de amar tal que me abra todo o meu ser de uma forma nova  a uma presença e atuação que já está dentro de mim, mas que sem essa luz divina, eu posso não acessar ou não valorizar tanto. Então quem vem não é o Espírito, somos nós que temos de abrir-nos e nos deixar tomar por ele. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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