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​Conversa, sexta feira, 11 de janeiro 2013

Estou na Casa da Solidariedade perto de Quarrata, Pistóia, para amanhã falar no encontro sobre os 100 anos de Arturo Paoli e 50 anos do Concílio Vaticano II. Lá fora a temperatura é zero grau, mas em casa é agradável e trabalho. Recebi de uma amiga a mensagem que o irmão Alois, o prior da comunidade ecumênica de Taizé, falou aos jovens no encontro europeu de oração feito pelos jovens no ano novo. Ele afirmou:

Ontem, ao anoitecer, anunciei as próximas etapas de nossa peregrinação em atitude de confiança. Mas, esta peregrinação continua também e acima de tudo na vida cotidiana de cada um de nós.Tornar-nos peregrinos para criar elos de comunhão e de amizade, é necessário por toda parte. 

Com os nossos mais caros, com aqueles e aquelas com os quais vivemos. 

Temos necessidade uns dos outros, já que – num certo sentido – todos nós somos pobres.Também temos necessidade uns dos ouros na vida das nossas sociedades. O desenvolvimento e o progresso não podem mais ser reservados a alguns, enquanto a maior parte da humanidade empobrece. As dificuldades econômicas que aumentam não nos impelem a uma solidariedade menor, mas uma solidariedade maior.O compartilhamento dos bens materiais, longe de ameaçar o nosso bem-estar, pode fazer-nos florescer 

como pessoas e conduzir-nos à alegria de viver. Nestes dias muitos de vós encontraram um encorajamento, descobrindo iniciativas concretas de 

solidariedade aqui em Roma, por exemplo, aqueles que se preocupam de dar um trabalho aos jovens ou de sustentar os refugiados. E também necessitamos uns dos outros na relação entre povos e continentes. Uma das causas da injustiça no mundo se encontra na ignorância recíproca. Se conhecêssemos mais diretamente certas situações, descobriríamos mais facilmente como superar as contraposições.O Cristo nos reúne de todas as línguas e de todos os povos. Como deixar arder em nós a paixão pela  unidade, aquele fogo que o Cristo veio acender sobre a terra?No dia primeiro de janeiro, é a jornada da paz. Se nós, cristãos, tomássemos juntos como prioridade um compromisso pela justiça e pela paz, poderia nascer uma nova vitalidade do cristianismo. Um cristianismo  

humilde, que nada impõe, mas que é sal da terra. Por isso, é importante que nos ponhamos juntos, nós, provenientes de diversas Igrejas cristãs. Não esperemos que o caminho da unidade seja programado até seu cumprimento. É preciso que  antecipemos a reconciliação! Não podemos mais manter as separações nem das Igrejas nem das pessoas no mundo. Por causa das nossas divisões o sal da mensagem evangélica está perdendo o seu sabor.Como batizados, pertencemos todos a Cristo, fazemos parte do Corpo de Cristo. Que nossa identidade de batizados venha primeiro, que passe à frente de nossa identidade confessional!Recusemo-nos a fazer separadamente o que podemos fazer juntos. Visitemo-nos uns aos outros. Há também uma incompreensão recíproca entre as diversas tradições cristãs. Quando a superamos, descobrimos nos outros  tesouros do Evangelho.Voltemo-nos juntos humildemente para o Cristo, quem sabe, em silêncio. Escutemos juntos sua palavra. Procuremos juntos o seu vulto, como o estamos fazendo nestes dias.Então o Espírito Santo vem, como no Pentecostes. E juntos podemos por em prática o apelo de Cristo: “Sereis meus testemunhos até as extremidades da terra”.

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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