Estou em Brasília onde, ontem, coordenei a celebração pascal de um grupo ecumênico de oração que há anos acompanho aqui. O grupo se renova e tem gente mais jovem, o que é bom. E ao partilhar os sinais da Páscoa na nossa vida hoje, quase não acaba mais de tanto ver indícios e sinais. Que coisa boa. Bem melhor do que as pessoas que só veem coisas negativas. Lembro-me sempre de Dom Hélder Câmara com suas crônicas diárias na rádio Olinda, "Um olhar sobre a cidade". Ali em três minutos, ele era capaz de ver elementos divinos e sinais de espiritualidade no trânsito caótico da cidade, na iluminação de uma festa do interior, em uma poça de lama e assim em cada detalhe da vida. Tenho a impressão que a correria de nossa vida e a atomização de nossas relações tornam isso cada vez mais difíceis. E é tão importante.
Hoje fui à livraria Saraiva e me dei dois presentes. Comprei um DVD que é um filme de Renato Terra e Ricardo Callil: "Uma noite em 67, um relato dos primeiros festivais da Redord que lançaram Gilberto Gil, Nara Leão, Elis Regina, etc... E outro presente foi o livro de Eric Metaxas: "Bonhoeffer, Pastor, Mártir, Profeta, Espião", uma biografia imensa de um dos mais importantes teólogos do século XX, o pastor luterano (alemão) assassinado pelo nazismo no final da segunda guerra (1945), poucos dias antes da guerra terminar. Ele foi um pioneiro da teologia política e precursor da teologia da libertação. Sempre o admirei e conheço muitos textos e até livros dele, mas agora vou ler sua biografia que é um best seller em todo o mundo, 1o lugar em jornais e revistas internacionais. Deixo com vocês apenas um pensamento dele: "O espírito de Deus está em mim para você e está em você para mim. Ele está em mim, mas se eu o quero encontrar, para mim mesmo ele é fraco. É forte para você. E eu o encontro em você. Assim ele nos leva um ao outro, nos faz precisar um do outro e cada um de nós confirma ao outro que Deus está em nós e nós estamos em Deus".