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Conversa, sexta feira, 13 de julho 2012

Queridos irmãos e irmãs, 

No Recife, o Jornal do Comercio de hoje traz uma crônica de Fernando Gonçalves propondo um concílio universal de todas Igrejas cristãs e que se abra a outras religiões. Convocado pelo Conselho Mundial de Igrejas, ele teria como tema um ecumenismo irrestrito e de serviço libertador ao mundo. Desde os anos 40, o teólogo luterano Dietrich Bonhoeffer propôs um concílio entre todas as Igrejas cristãs sobre paz, justiça e defesa da criação. Em 1983, o Conselho Mundial de Igrejas começou a propor uma assembléia conciliar que se faria nos anos seguintes. O Vaticano não aceitou até por causa do termo "concílio", palavra reservada à reunião só de bispos e convocada exclusivamente pelo papa. Há anos, propus um Fórum interreligioso e espiritual pela Vida. O que é importante é colocar nossas Igrejas em um processo conciliar, ou seja, que as Igrejas se tornem espaços de diálogo e de caminhar juntos. Ontem, um amigo me enviou um texto do grande Paul Ricoeur, escrito nos anos 80. Ele dizia: 

"Se verdadeiramente as religiões querem sobreviver, terão de cumprir muitas exigências. Em primeiro lugar, vai ser necessário que elas renunciem a todo tipo de poder. O único poder admissível para uma Igreja é a da palavra desarmada. É urgente que elas façam prevalecer em seu modo de ser a compaixão e não a rigidez doutrinal. Principalmente, elas devem procurar no fundo do seu ensinamento, a capacidade de dialogar e de se abrir às outras, não apenas superficialmente, mas de modo a abolir as distâncias". Em 1968, a conferência dos bispos latino-americanos em Medellin tinha proposto que a Igreja se tornasse um espaço de comunhão aberta a todos os seres humanos. Deveria ser mesmo. 

Hoje almocei e tive uma longa conversa com um amigo e irmão mais velho, verdadeiro mestre espiritual e que me contou como Deus foi polindo, podando e aprimorando nele um tesouro de humanidade que faz dele uma verdadeira testemunha do Deus que se faz humano. Graças a Deus. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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