Estou de volta ao Recife, contente de ter dado minha contribuição pequena, mas afetuosa e convicta para que o MST continue cada dia mais firme na luta pela democratização da terra e por um novo mundo possível.
Hoje internacionalmente é considerado o Dia da Amizade. (Valentine Day's). Originalmente, era por causa da memória de São Valentim, um soldado romano do mundo antigo que deu a sua vida por um amigo. Então, mesmo no mundo civil atual, essa data ficou como o dia da amizade. Penso que a sociedade individualista e consumista não valoriza a amizade. Cada pessoa cuida de si. O amor conjugal ainda vale porque tem um sentimento de posse. Amizade, não. Entretanto, na Idade Média, assim como a Igreja tinha e tem um ritual para o compromisso dos esposos no matrimônio, na Idade Média, existia um ritual para que dois amigos (não homoeróticos) fizessem um juramento de fidelidade e de doação da vida um ao outro, na amizade gratuita e permanente. Era comum que cavaleiros que iam juntos para guerras fizessem isso. E era diante de Deus e como uma palavra sagrada.
Em minha vida, talvez por ser monge e celibatário, a amizade sempre teve uma importância imensa. Tenho amigos que são meus amigos há 50 anos, há 40, há 30 e assim por diante. E sinto profundamente que devo minha vida e tudo o que sou a eles e elas.
Sempre que penso neles (e nelas) me lembro de uma palavra do irmão Roger Schutz, fundador da comunidade ecumênica de Taizé:
"Uma verdadeira amizade é no mundo um espelho que reflete para as pessoas o rosto de Deus, presente na relação fraterna dos amigos ou amigas".