Hoje começa a assembléia bienal do MTC (Movimento de Trabalhadores Cristãos). Estou assessorando esse grupo e essa é minha maneira de me sentir inserido na realidade da luta social e da esperança das pessoas que lutam mais pela vida. Nem preciso lhes falar de Deus ou de Jesus. Como sempre me disse Dom Pedro Casaldáliga: "Quando a gente diz justiça, diz Deus. Quando a gente diz amor e solidariedade, diz Deus. Infelizmente, nem sempre as pessoas quando dizem Deus estão dizendo amor solidário e justiça". De fato, como eu amo, gostaria sim de lhes falar de Deus e do evangelho pelo qual tenho tanto carinho, mas sinto que testemunho melhor a universalidade do amor divino se não procuro carimbar nada com o nome de Deus. O fato de simplesmente viver o serviço e confirmar que esses jovens (atualmente a maioria é de jovens) vivem o que Jesus chamou de "fome e sede de justiça", é a confirmação de que eles vivem a intimidade com Deus, mesmo se alguns não usam esse nome.
Amanhã, vou passar todo o dia com eles. Falarão de coisas sobre as quais nem sou a pessoa que pode mais ajudar como assessor (a situação da saúde em Pernambuco e no Brasil). Mas, para mim é também ocasião de aprender e de estar junto sem me destacar. É ótimo. E eu me sentirei como Jesus que manifestou o amor do Pai curando as pessoas e revelando que o reino divino é de saúde e bem viver.