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Conversa, sexta feira, 16 de maio 2014

Uma comunidade paroquial me pede para falar sobre "Como ler a história a partir dos pobres". Fazia algum tempo que nenhuma paróquia parecia se interessar por esse tipo de tema. Provavelmente, esse interesse novo é provocado pelo papa Francisco. Para alguma coisa vale a pena, depois de 34 anos, descobri que é possível um papa se colocar como bispo de Roma e se situar no modo de viver a Igreja que o Concílio Vaticano II propôs. É claro que se as Igrejas locais e comunidades não se colocarem a caminho, as provocações do papa ficarão inúteis. 

O que significa ler a história a partir dos pobres? Em primeiro lugar, significa tomar partido: fazer uma opção social e política clara. Ao saber que, no mundo, não existem pobres e sim empobrecidos, pessoas oprimidas e excluídas do sistema dominante,  não podemos deixar de ver de que lado está a justiça. Não a justiça de um sistema feito pelos grandes e que legaliza o roubo de terras tomadas dos índios e de pequenos lavradores. Trata-se da justiça amorosa e solidária dos que têm fome e sede de justiça, como disse Jesus. Então, ao nos colocar assim nessa perspectiva, nesse lugar social, podemos compreender a palavra de Jesus: "Eu te agradeço, Pai, porque escondeste os teus segredos aos grandes desse mundo e os revelaste aos simples e pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado!"(Mt 10, 25 ss).  

A Teologia da Libertação nos ajuda a nos colocar junto com os empobrecidos e contra a pobreza injusta. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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