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Conversa, sexta feira, 17 de outubro 2014

O tempo continua chuvoso e meio escuro perto da cadeia dos Apeninos que corta a Itália de lado a lado. Ontem à noite, voltei para casa à meia noite depois de um encontro com umas 200 pessoas em Viareggio. O tema era "O caminho para a paz, justiça e defesa da natureza", temas ou propostas do Conselho Mundial de Igrejas para todos os cristãos (católicos, protestantes e ortodoxos).

O debate foi vivo e profundo, mas era um barulho enorme e voltei muito cansado.

Daqui há pouco deixarei a Casa da Solidariedade em Quarrata, perto de Florença na Toscana e viajarei ao norte da Itália. Perto de Parma, visitarei e devo falar em uma aldeia ecológica que produz alimentos biológicos e as pessoas ali vivem uma vida comunitária. Depois, contarei como é, já que ainda não conheço. 

 De lá me levam a Parma onde terei pelas 15 horas um encontro sobre "como passar do medo à esperança" no ponto de vista da inserção no mundo atual. Não sei porque, mas pensam que eu tenho uma liberdade interior que me dá alguma experiência para falar disso. Não sei. Procuro ser sincero e dizer o que sinto e penso. 

Depois me levam a Modena - uns 50 km e ali participarei de uma vigilia noturna sobre a missão da Igreja. Modena é a Igreja local italiana que tinha uma relação muito profunda com a diocese de Goiás (na época em que Dom Tomás era bispo de Goiás). Aqui vive ainda o padre Francisco Cavazzutti, cego, ferido pelo tiro de um pistoleiro a serviço do latifúndio em Mossâmedes (1987). Espero encontrá-lo. Imaginem depois desse itinerário de hoje o meu cansaço, tanto em falar uma língua diferente da minha natural, como pelo fato de serem vários assuntos e eu me obrigo a ser profundo e ainda por cima estou com uma alergia nasal forte (provavelmente pela mudança de clima). Tomara que não vire resfriado. 

O bom é encontrar pessoas boas, sentir que as estou animando e me sentir confirmado por elas nesse caminho da paz, justiça e defesa da natureza. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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