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Conversa, sexta feira, 19 de dezembro 2014

Continuo a leitura do livro de Roger Leanners: "Viver em Deus, sem Deus". É uma leitura da fé a partir da modernidade e principalmente da modernidade européia. Muita coisa que ele diz é verdade. Os capítulos sobre a Bíblia nos quais critica uma leitura fundamentalista ou mesmo sobrenatural que desconhece os problemas da Bíblia são muito bons. Os dois capítulos nos quais destrói os argumentos da Igreja oficial sobre a eucaristia também nos ensinam muito. Os capítulos sobre moral me dizem menos. E senti falta de uma base mais aprofundada para que os leitores compreendam melhor qual é a sua proposta. De todo modo, o livro ajuda a ter uma fé crítica e lúcida.

Ontem fui com Penha, minha irmã, ao cinema. Vimos "A longa viagem", um filme inglês, de um diretor cujo nome não me lembro agora. Os atores principais são Collin Firth (do filme Discurso do Rei) e Nicole Kidman. O filme se baseia na biografia "real" de um inglês que quando jovem combateu na 2a guerra e caiu prisioneiro dos japoneses. Integrou os prisioneiros que deviam construir "a ferrovia da morte" entre a Indonésia de então e o Myimar.  (A mesma que deu o filme clássico "A ponte do rio Kwai). O tal homem (Eric) vivia uma vida angustiada e com pesadelos porque não se livrava das recordações das terríveis torturas sofridas no campo de concentração japonês. O filme é belo e profundo e nesses dias do Natal nos dá uma linda lição de perdão humano, mesmo entre pessoas que não têm fé. Se alguém de vocês puder vê-lo, vale a pena. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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