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Conversa, sexta feira, 27 de fevereiro 2015

Quando se viaja por esse Brasil, em conversa com as pessoas na rua, no táxi e nas repartições públicas, se percebe que há um clima pesado e de tempestade que se anuncia no ar. A guerra contra o governo que, desde o começo, os grandes meios de comunicação e a elite sempre fizeram agora começa a surtir efeitos. As pessoas começam a criticar e revelar sua revolta, mesmo que nem saibam muito por que ou para que. E parece que todos os problemas nunca foram tão ruins como agora...

Sinto-me mal a perceber que as críticas que eu tenho ao PT e ao governo não são as mesmas que, em geral, as pessoas têm. Não vejo ninguém contra a Dilma por criar o ministério da moto-serra e do agro-negócio e sepultar de vez qualquer projeto de Reforma Agrária assumida pelo governo e pelo país. Nunca escutei desse pessoal nenhuma crítica ao governo por manter um modelo de desenvolvimento depredador da natureza e insustentável para o futuro. Também não criticam a Dilma por ter prometido dialogar com a sociedade civil e não cumprir o que prometeu. As críticas são todas à direita e vergonhosamente subservientes ao imperialismo norte-americano e ao interesse do Capital internacional. O que fazer?

As notícias latino-americanas têm cheiro de pré-golpe na Argentina, na Venezuela e ... tomara que não no Brasil...

Independentemente das culpas de um governo que se comunica pessimamente e mantém como conselheiros pessoas como Mercadante, espero que os movimentos sociais acordem e antes que o Brasil seja tomado pela irracionalidade e pela barbárie, possam mostrar que as conquistas obtidas são conquistas do povo e que se criticamos é para melhorar e não para voltar aos tempos do Coronelismo e das elites que sempre mandaram no país. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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