Véspera da festa de São Pedro para o povo. No nordeste, muita fogueira e quadrilha, fogos e brincadeiras, quase como São João. Em muitos lugares, São Pedro é o encerramento das festas juninas. Comumente eu não vou a festas assim, mas hoje irei ao encontro festivo do MTC, Movimento de Trabalhadores Cristãos aqui no Recife. Vou com Penha, minha irmã, se a gente puder chegar ao centro do Recife, sem cair no meio de nenhuma manifestação de protesto contra tudo e contra todos que, a cada dia, está acontecendo nas cidades grandes do Brasil e que agora corre o risco de ser manipulada por grupos e partidos de direita. É claro que gosto do fato de ver o povo nas ruas e o governo que se tinha isolado em uma espécie de torre de marfim no alto do seu palácio, ser obrigado a voltar a dialogar com os movimentos populares. Não estou falando do ministro Gilberto Carvalho que sempre dialogou e dialoga com os movimentos populares, mas sim, do governo em seu conjunto e especialmente da presidente da República, cujo contato é mais a senadora Kátia Abreu, líder dos ruralistas e não lavradores, índios e operários. É importante que ela desça de seu trono e reconheça que seu mandato foi dado por nós, brasileiros, para nos representar e não para fazer o que quiser, em nosso nome e governar em benefício dos de sempre. O problema é não sairmos disso para uma situação mais à direita ainda.
Hoje terminei o grande livro sobre Dietrich Bonhoeffer, o pastor luterano assassinado por Hittler na Alemanha nazista e enforcado dois meses antes do final da guerra. Um verdadeiro mártir da fé. Um exemplo de coragem e interpretação política da fé que todos nós precisamos ter.
Passo qualquer hora livre, de dia ou à noite, traduzindo e adaptando os salmos. Quero publicar um livro de oração para as pessoas de hoje (Com os salmos, orar o hoje do mundo) e eu mesmo oro e medito antes de escrever.