Hoje, passei todo o dia trabalhando um texto para o encontro que devo assessorar em Passo Fundo, RS, a partir da próxima segunda feira. É sobre como a espiritualidade pode ajudar a pessoa a envelhecer com mais sabedoria, tranquilidade e de forma mais sadia e participativa na missão. Como é difícil falar dessas coisas. O perigo de falar como se eu soubesse ou fosse um exemplo disso é uma casca de banana no caminho. Tenho sempre de começar confessando a própria dificuldade e como às vezes me surpreendo querendo disfarçar a idade ou viver na fantasia de ainda ser jovem.
Tenho sempre de me lembrar de São Paulo dizendo que estava para ser oferecido em sacrifício, mas sabia que tinha combatido o bom combate e guardado a fé. Em mim, isso é pura graça de Deus e ajuda dos amigos e amigas maravilhosos que Deus me deu. Não sei o que seria de mim sem eles. Foi bom passar esse dia todo trabalhando esse tema para eu mesmo me confirmar no caminho.
Lembrei de duas figuras que me impressionam muito: Dom Helder Câmara, nosso profeta e o papa João XXIII.
Dom Helder, à medida que foi envelhecendo, parece que se mostrava mais aberto e mais jovial, apesar de toda a fragilidade física e da doença que foi terrível.
João XXIII, logo que foi eleito papa, soube que os cardeais que o tinham escolhido afirmaram que se tratava de um papa de transição. Isso queria dizer que era por pouco tempo, Esperavam que ele morresse logo para então eles escolherem o papa desejado. Mas, João XXIII afirmou que se era de transição, então seria no sentido de papa da mudança e aí efetuou em poucos anos (5) a maior renovação que a Igreja teve em mais de mil anos.
Tanto João XXIII como Dom Helder se comprometeram com as mudanças quanto mais foram se sentindo envelhecer. Isso é uma lição importante para todos nós.