Blog Aqui vamos conversar, refletir e de certa forma conviver.

Conversa, sexta feira, 29 de agosto 2014

Um dos mais recentes números da revista IHU On Line (da Unisinos de São Leopoldo, RS) tem como tema "Evolução Consciente" - (Qual é o futuro da humanidade?). Como todos os números temáticos dessa revista, reúne entrevistas com cientistas e estudiosos de várias áreas, como Bárbara Marx Hubbard, cientista política norte-americana; Diarmuid O'Murchu, psicólogo social e religioso; Ted Chu, economista chinês, Elisabet Sahtouris, bióloga da evolução, Ervin Lazlo, fundador da Filosofia dos Sistemas e da Teoria da Evolução Geral, duas vezes indicado ao Nobel da Paz. E outros estudiosos/as. Li atentamente, às vezes reli cada entrevista e procurei compreender essa proposta da "Evolução Consciente". Se compreendi bem, a tese é que o universo inteiro está em evolução permanente e como dizia Theillard de Chardin, essa evolução toma uma etapa superior com a consciência humana que se une à consciência do universo e faz de todo o universo uma consciência viva e integrada. Há diversidades de enfoques. Uns acentuam que, até aqui, o ser humano desenvolveu apenas uma parte ínfima de suas potencialidades interiores, racionais e emocionais. E se trata de desenvolver. Outros pensam que o ser humano como tal já chegou ao ponto que podia e então temos de desenvolver robots e cyborgs inteligentes e capazes de emoção que nos ajudem na integração do universo. Algumas intuições me pareceram teorias de filmes ou livros de ficção científica. Outras me pareceram mais na linha dos grupos de nova era, da nova consciência e assim por diante. De todo modo, temos sim de pensar e repensar essas coisas. 

Exatamente porque tinha acabado de ler todas essas entrevistas sobre esse assunto, fui agora à noite assistir ao filme Lucy, nova produção de Luc Besson e que trata exatamente de um tema semelhante. Lucy é uma garota norte-americana que em passagem por Hong-Kong se envolve sem querer com uma gangue internacional de tráfico de drogas e colocam no intestino dela uma bolsa de uma nova droga que desenvolve artificialmente a inteligência. Por um acidente, essa bolsa se abre no intestino e ela adquire uma capacidade intelectual que nenhum outro ser humano atingiu. Nós comumente chegamos a desenvolver 10% da inteligência. Ela alcança progressivamente até 100%. É pena que o filme resvala entre a ficção ou parábola dessa visão futurista e, ao mesmo tempo, um estilo de filme de gangster com muita violência e muita gente morta no meio do caminho. Se o diretor Luc Besson, francês, não tivesse incorporado tanto o estilo norte-americano de filmar e o ritmo de Hollywood, talvez tivéssemos um filme que nos fizesse pensar nessa possibilidade com mais esperança. Do modo como o filme se desenvolve, tudo o que a gente quer é que os bons vençam e matem os vilões e a Cavalaria chegue tocando a trombeta e acabe com os índios (no caso, os sempiternos orientais de plantão que é claro são os bandidos). É pena. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

Informações