Hoje recebi pelo correio os meus exemplares do novo livrinho (é quase uma cartilha) "Na casa do meu Pai, há muitas moradas" (Dez conversas com um pastor pentecostal sobre a Bíblia e as outras religiões). Doei o livro e meus direitos autorais ao CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) para que distribuam principalmente nos meios evangélicos e pentecostais, como também nos ambientes católicos carismáticos onde ainda há muitos preconceitos contra os cultos afro-brasileiros, por causa disso, vítimas de atos violentos e de verdadeira perseguição e isso em nome de Deus e da Bíblia.
No atual número da Caros Amigos que está nas bancas, há uma reportagem sobre os chamados "evangélicos" (que na verdade são pentecostais e neopentecostais) nessas eleições. Mas, no meio da reportagem, o jornalista diz que em vários morros do Rio, jovens pobres se convertem às Igrejas pentecostais e pagam dízimo, mas continuam participando do tráfico. Isso significa que vivem armados e em clima de riscos e violências. Nesse contexto, o pastor prega que devemos acabar com os cultos afro porque eles são do demônio. É um perigo terrível. Em Recife, onde moro, quase cada dia, acontece um ato de discriminação e ataque a alguma comunidade afrodescendente. Nessa próxima segunda feira, 03, por mais que me canse e os médicos me peçam para tomar cuidado com a minha insuficiência pulmonar, participarei sim à tarde, no centro da cidade, da Caminhada dos Terreiros de Recife. Vou simplesmente para apoiá-los e dar um sinal de amor e solidariedade, mas se quiserem que eu fale alguma coisa, vou falar sim.
Estou contente que esse livrinho tenha saído e espero que ele possa ajudar nesse diálogo e nessa nova compreensão ecumênica da Palavra de Deus e da nossa fé.