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​Conversa, terça feira, 01 de janeiro 2013

Voltei, nesta noite, à casa de Penha, minha irmã. Este dia de ano novo começou pela missa com as irmãs franciscanas da Casa Santana em Aldeia. No oitavo dia do Natal, o evangelho de Lucas alude à circuncisão do menino e insiste que lhe deram o nome de Jesus. Isso é o importante: o nome de Jesus que contém sua missão: Deus salva! E quanto ao mais, o evangelho diz que os pastores contaram e os que os escutaram ficaram maravilhados. Maria guardava no coração essas coisas que lhes foram contadas e os pastores saíram louvando a Deus e o nome de Jesus lhe foi dado conforme o anjo havia anunciado antes dele nascer. Então toda a insistência é nos relatos e no acolher e guardar no coração o que foi contado. O rabino Abrahaam Heschell dizia: Crer é se lembrar. E Paulo dizia: a fé vem pelo ouvido... Isso confirma a importância da narração e da escuta. É incrível como nossos cultos ainda são de muito bla bla bla e parece dar pouco lugar à escuta. Isso em geral na vida. Nos propósitos desse ano novo, quero me comprometer a me tornar uma pessoa mais capaz de escutar (ainda falho muito nisso) e quero aperfeiçoar essa capacidade de escuta interior. Prevejo (se não estiver enganado) que terei um ano difícil. Exigente em termos de saúde (cada vez mais frágil), exigente porque aceito coisas demais (sou assessor do movimento de trabalhadores cristãos - MTC, aceitei assessorar esse ano quatro etapas de escola bíblica do CEBI, assessorar encontros regionais de Cebs, fé e política, etc, etc, etc... E tenho de viver isso na unidade interior, na alegria da fé e do amor profundo. Um aspecto é bom: me obrigo a sair de mim mesmo e não ficar muito com meus próprios problemas e limites. Mas, o importante é reservar o espaço necessário para o diálogo com Deus, com os outros (e faço questão de ter amizades profundas e densas) e comigo mesmo... Feliz 2013. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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