Acabo de chegar em Brasília para um encontro durante todo o dia de amanhã com 40 seminaristas e padres de todo o país. O tema que me pedem é sobre como ser padre de acordo com a proposta do papa Francisco...
De fato, esse é um assunto muito sério porque o mundo inteiro reage muito positivamente aos apelos de mudanças do papa Francisco. Já dentro da Igreja, há uma tendência a nunca falar mal do papa, mas, quando esse é mais progressista do que a Igreja local, fazer de conta que não se escuta... E com Francisco isso tem acontecido... Na maioria das dioceses, tudo continua como se ele não tivesse vindo e falado as coisas que fala e dado os sinais que dá. Por que essa dificuldade?
Por que de fato o apelo do papa Francisco para que a Igreja toda volte ao evangelho de Jesus é muito exigente e difícil. Dois mil anos não são um dia... E há uma cultura que se solidificou... O papa tem falado muito que a Igreja precisa se desclericalizar... O que significa isso? Retomar a consciência de que toda Igreja é ministerial, que toda pessoa batizada é sacerdote e que os ministros ordenados são presbíteros como animadores e apoiadores de um processo que é de toda Igreja.
Como ajudar os padres a perceberem que toda pastoral deve ser social e transformadora e não podem pensar a pastoral nessa divisão entre o interno dentro da Igreja e o externo para o mundo?
Sem dúvida, há muitos padres bons e verdadeiros missionários. E eles nos ajudam a compreender que toda conversão eclesial ou começa pelo clero ou não consegue se implantar. E que o ministério presbiteral tem de ser vivido em comunhão com a missão de tantos senhores e senhoras que são totalmente doados à missão e a muitos jovens que são exemplos de consagração para nós.
Amanhã me pedirão para falar sobre a encíclica do papa sobre a casa comum (Laudatum sii) e o ministério do padre. Que Deus me ajude...