Acabo de saber do falecimento do presidente Hugo Chávez. Apesar de não ter podido privar de sua intimidade, considero-o um amigo e as poucas vezes nas quais o encontrei, saí do encontro profundamente tocado por seu carisma pessoal de líder popular, a agudeza de sua inteligência, a profundidade do seu pensamento social, humano e espiritual (ele sempre expressava ter fé e viver a fé cristã como base de sua opção de vida). Eu o conheci durante o fórum social mundial de 2006 e desde lá nos comunicamos algumas vezes e ele me mandou uma mensagem de que havia lido e tinha gostado muito do meu livro "Para onde vai Nuestra América" (Para uma espiritualidade socialista para o século XXI). Em dezembro de 2010, ele levou o livro à televisão e dedicou um de seus programas na TV a comentar e elogiar o livro que fez traduzir em espanhol e está para ser publicado pelo governo da Venezuela.
A morte do presidente Chávez é um duro golpe para a integração latino-americana e para a vitalidade do processo bolivariano que ele coordenava tão bem. Entretanto, o fato de que, mesmo doente, ele dedicou a maior parte desses dois últimos anos a preparar a continuidade do processo, eu creio profundamente que o presidente Nicolas Maduro possa dar continuidade ao processo. Pela lei, ele terá de convocar novas eleições, mas o mais provável é que ele seja o candidato do bolivarianismo e vença, se Deus quiser.