Estou em Juazeiro do Norte e acabo de voltar da abertura festiva do 13° encontro intereclesial de CEBs. Quatro mil pessoas presentes, representantes das comunidades de base, agentes de pastoral e convidados - inclusive irmãos evangélicos e pessoas vindas de outros países, em geral, da América Latina.
A abertura foi feita na praça em frente ao Convento dos franciscanos e foi muito bonita. Tive a honra a e a alegria de ler para todos os participantes a carta enviada e assinada por Dom Tomás Balduíno - Nessa carta ele dizia que, por motivo de saúde, pela primeira vez, não poderia estar presente em um encontro intereclesial de Cebs. Mas, que julga muito importante o tema: Justiça e profecia a serviço da vida. E deseja que as comunidades eclesiais de base retomem sua missão de ser um novo modo da Igreja ser e voltem a se engajar mais profundamente na política transformadora do país e quanto à Igreja não sejam apenas capelinhas paroquiais, mas a presença profética da Igreja no mundo. Dizia ainda que as Cebs têm de protestar contra o projeto do agronegócio de retomar as terras indígenas através dessa lei que tenta rediscutir um assunto já decidido pela Constituição de 88.
No meio daquela festa - foi lida a mensagem do papa Francisco para o encontro - pela primeira vez um papa escreve para um encontro de Cebs. Saí contente não de ter tido a impressão de voltar à Igreja engajada dos anos 70, mas de que ao menos se busca viver do jeito de hoje o engajamento e a profecia de uma Igreja a serviço do povo. Deus queira.