Nesses dias, Isabel, minha sobrinha, deu à luz a Artur, que nem pude ainda ver. A família está em festa e minha irmã Mércia, feliz por ganhar seu primeiro neto. Para mim, além da alegria afetuosa com a qual quero receber essa vida nova que nos é confiada, fica um desafio: o de olhar o mundo que estamos apresentando a ele e lutar com todas as minhas forças para que ele, quando crescer, possa ter um mundo melhor, mais humano e no qual se possa ser mais feliz. Tenho muita esperança nisso, embora essa esperança não possa ser ilusória e ingênua. Às vezes, me dou conta de que, apesar de tantos progressos tecnológicos e de um crescimento da consciência social (e progressos na questão dos direitos da mulher, dos negros, dos índios e assim por diante), o mundo como tal, hoje, parece pior ou mais cruel do que o mundo em que nasci. Há sim sinais de esperança e de coisas boas e devemos nos apegar a elas, não a partir da análise da realidade (que pode ser muito severa), mas a partir da fé e da esperança do que a Bíblia chama de "reinado divino". Estou escrevendo sobre isso em um artigo para a revista "Estudos Bíblicos". E o melhor presente que podemos dar ao pequeno Artur que acaba de nascer é nosso compromisso firme e irrevogável de trabalhar por um mundo novo, mais humano e feliz.