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​Conversa, terça feira, 11 de dezembro 2012

Escrevo do aeroporto de Brasília, enquanto espero voo. Vou ao interior do Rio Grande do Sul (um mosteiro de monjas em Sta Cruz do Sul) e é possível que só possa entrar de novo na internet na 5a feira à noite. 

Hoje, notícias internacionais dizem que Dom Pedro Casaldáliga foi retirado de São Félix do Araguaia pela polícia federal porque sua vida corria perigo. Embora ele não quisesse sair, foi obrigado. Aos 85 anos, magérrimo e frágil, doente de Parkinson e quase sem poder sair de casa, os fazendeiros ainda querem se vingar dele, porque finalmente, depois de anos de luta, conseguimos que os nossos irmãos Xavante recuperassem uma parte da terra ancestral deles, até aqui, desde os anos 60, nas mãos dos fazendeiros de soja e gado. 

São 165 mil hectares de terra. Os índios recuperaram por um decreto de desapropriação do governo apenas 20 mil. Mesmo assim os que perderam não se conformam e estão atirando pedras nas pessoas e ameaçando matar os índios. A polícia federal está lá para garantir a ordem e o cumprimento do decreto da presidenta Dilma. 

Ontem, um amigo, leigo e do mundo me disse: Encontrei Dom Pedro. Tive uma impressão muito forte. Ele faz tudo para esconder discretamente a santidade, mas a gente passa a acreditar em Deus quando o encontra. Uma presença divina como que salta e parece vir da pessoa dele como se fosse uma aurea ou um cheiro. 

Agradeci a Deus por isso, agradeci a graça de ser, desde tantos anos, amigo dele e pedi a Deus a graça de nos firmar a todos nesse caminho do amor e da solidariedade. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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