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Conversa, terça feira, 11 de setembro 2012

O 11 de setembro recorda para nós latino-americanos o sangrento golpe de estado do Chile com a implantação da ditadura do general Pinochet e o assassinato ou suicídio do presidente Salvador Allende (1973). Os norte-americanos recordam o atentado contra as torres gêmeas e tudo o que isso provocou no mundo. Entretanto, mesmo se for verdade que aqueles atos terroristas tenham sido cometidos por estrangeiros (até hoje isso não está provado e há sinais estranhos de conivência ou participação de pessoas do governo nos ataques que possibilitaram uma nova investida do governo em guerras e atos considerados anti-terroristas e com aprovação do povo que o Bush estava perdendo. A Carta Capital dessa semana traz um artigo do bispo anglicano Desmond Tutu, prêmio nobel da Paz. Ele afirma que o ex-presidente Bush e o premier Tony Blair deveriam ser julgados como criminosos de guerra e culpados de crimes contra a humanidade. Tanto ou mais do que qualquer terrorista. Na América Latina, as consequências de ditaduras militares como as do Chile continuam vivas e dolorosas. No Brasil, a comissão da verdade só consegue ser, se muito, comissão da meia verdade. Dificilmente nos levará a alguma coisa mais profunda. O que vale é que no continente há um caminho novo e de fato promissor. Para que isso se firme, é importante que o bolivarianismo não perca as eleições de sete de outubro na Venezuela. Aqui, as eleições municipais são de outra ordem. Pelo visto, fora em algumas cidades como Belo Horizonte (Patrus Ananias é das pessoas mais éticas e eficientes que conheço), em outros lugares, mesmo em Recife, continuamos condenados a votar no menos pior. Espero que um dia possamos superar isso. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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