O que marcou, hoje, o meu dia foi ter participado pela manhã do encontro do Fórum Diálogos para a Diversidade Religiosa. Para mim, é duro escutar o relato de discriminações e perseguições ainda sofridas em Pernambuco, mas sabemos que, em todo o Brasil, pelas religiões de matriz africana. E o mais doloroso é saber que quem ataca e persegue não é ateu ou pessoa que é contra a religião em si. São justamente religiosos que, em nome de sua fé, perseguem crentes e comunidades de outras tradições. E no caso, as religiões das pessoas mais pobres e sofridas.
Sofro ao ver a Bíblia ser usada para esse tipo de coisas. O CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) divulgará nesses dias uma cartilha que escrevi sobre a Bíblia e outras religiões. Nessa cartilha, dirigida especialmente a irmãos e irmãs de Igrejas pentecostais, procuro mostrar como uma leitura justa e profunda da Bíblia nos leva a respeitar o outro e a aprender dele ou dela e não ao contrário... a condenar e perseguir em nome de Deus.
Fora disso, tive de corrigir e rever todo o meu texto para o curso de verão do CESEP (Sao Paulo) do próximo janeiro. O tema é para mim instigaste e desafiador: a sexualidade e a espiritualidade cristã. Escrevi um texto com o título de: "Tornar nosso corpo carente semelhante ao seu corpo glorioso". É uma palavra de Paulo na carta aos filipenses. O sub-título é "Integrar a sexualidade em nosso projeto de vida".
Escrevi penso quase umas cem páginas e tive de corrigir uma por uma. Mas, é bom porque assim revejo eu mesmo e me confronto comigo mesmo nesse caminho de me tornar mais semelhante a Jesus.