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​Conversa, terça feira, 13 de novembro 2012

Tenho refletido sobre uma reflexão que meu irmão e amigo Carlos Mesters fez durante o nosso encontro de teólogos. A pergunta que se fazia no momento era se nossa análise da realidade tanto do mundo como das Igrejas, por ser muito crítica, não corre o risco de ter como consequência uma certa desmobilização ou desânimo nas pessoas que a escutam ou leem. Todos concordamos que não é por ser crítica e contundente que uma análise pode desmobilizar. E Carlos fez uma reflexão bíblica que me tem feito pensar e desenvolvê-la mais nesses dias depois de a ter escutado. 

Ele disse que essa época, tanto no mundo, como na realidade das Igrejas lembra na Bíblia o momento do cativeiro da Babilônia. O povo de Deus perdeu suas referências de fé, o templo, a independência de Israel e até a liberdade. Houve uma profunda crise cultural e uma crise de fé. De fato, muita gente desanimou. Mas, os profetas do exílio mostraram que mesmo no meio do túnel e da escuridão há uma luz. E o salmo diz: A noite é mais clara do que o dia (Sl 139). E a partir dessa luz divina que nos acompanha e guia mesmo na mais profunda escuridão, a gente vai encontrando meios de caminhar juntos e de sair do túnel: a solidariedade que não nos deixa ficar isolados, a memória do passado relido à luz do exílio, a celebração da fé como teimosia de esperança e assim por diante. Tenho orado isso nesses dias e desejo escrever um livrinho como uma carta de ânimo e esperança para tantos irmãos que buscam apoio na gente. Será um livrinho baseado na palavra do Apocalipse: "Retoma o primeiro amor  e te converte". Já o tenho escrito no coração e na cabeça. Agora é só passar ao papel. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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