Hoje tenho a primeira das conferências sobre Ecologia e Espiritualidade em uma universidade de Lisboa. Apesar de fazer isso continuamente desde os anos 80, ainda me sinto inseguro e como se fosse um novato cada vez que enfrento o ambiente acadêmico, coisa que não me ocorre quando trabalho com o povo simples ou mesmo com grupos liberais mais livres. De todo modo, o importante é o desejo de servir. Ontem e hoje dei duas entrevistas. Uma a um jornal de Lisboa e outra para uma emissora de televisão. Em ambas, ressaltei a importância de uma relação de reciprocidade entre nossos povos. Durante muito tempo, a Igreja de Portugal deu ao Brasil muitos missionários bons e generosos que trabalham nos lugares mais pobres e com o povo mais pobre, de modo despojado e respeitoso. Venho aqui para criar uma reciprocidade de relações.
Gostei muito de saber as novidades do papa Francisco. Na festa do batismo de Jesus, ele batizou um menino, filho de mãe solteira e outro de pais casados apenas no civil. Isso é um sinal bom de abertura e de pastoral amorosa. Não me diz muito o fato dele nomear cardeais, mesmo se a todos ele escreveu uma carta pedindo simplicidade e austeridade no comportamento. O próprio fato do título já não é evangélico. Mas, é certamente um bom sinal que ele tenha escolhido entre os 19 que nomeou ontem o Mons Loris Capovilla, 98 anos, ex-secretário pessoal do papa João XXIII. Eu o conheço e o estimo. Ele (Mons Capovilla) me mandou uma bela carta falando da sua amizade a Dom Hélder Câmara, meu mestre.
Ao nomeá-lo cardeal, o papa Francisco está valorizando o Concílio Vaticano II, cujo cinquentenário estamos celebrando e acentuando a atualidade da teologia e da espiritualidade do Concílio. Graças a Deus.