Estou em Brasília onde hoje gravei um programa de TV e depois participei a tarde inteira de uma videoconferência na sede do Comitê pela Diversidade Religiosa na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O encontro foi um diálogo entre os membros do comitê da diversidade religiosa e os coordenadores de programas da Secretaria - coordenador da luta contra o trabalho escravo, coordenadora do serviço de defesa às testemunhas ameaçadas e assim por diante. Foi uma boa reunião. Quando pude falar, eu expressei minha preocupação. Disse que assim como a medicina preventiva é mais necessária ou importante do que uma medicina encarregada apenas de apagar incêndio - assim como um terremoto tem epicentro e se deve a uma falha tectônica, também esses atos de intolerância religiosa e ataques contra grupos afro-descendentes por exemplo - que preocupam a secretaria - tem antecedentes e pressupostos e temos de atacar a raiz e não simplesmente destruir as folhas da árvore. A raiz é a cultura fundamentalista, dogmática e de hegemonia cultural; Se aceitarmos isso, não temos como impedir os ataques. De minha parte, meu trabalho é para que uma religião aprenda não somente a não atacar a outra, não somente a respeitar a outra, como se fosse de longe, mas a se unir às outras para defender a liberdade de consciência e colaborar juntos para construirmos todos um mundo de paz e de justiça.
A ONU comemora hoje o dia mundial da alimentação. É importante que todos os caminhos espirituais se comprometam a unir-se nessa luta não violenta pelo direito sagrado de todos à alimentação e alimentação sadia - é a segurança alimentar.