Ontem, participei do Fórum interreligioso do Recife. Como cada vez, escutamos e nos encontramos com uma tradição espiritual, ontem, foi a vez do Xamanismo. Eu conhecia alguma coisa dessa tradição, mas ontem aprendi mais. Compreendi melhor o que é o neo-xamanismo com seu sincretismo com a espiritualidade céltica e mesmo tipo nova era. Também compreendi melhor como se configura o Xamanismo urbano, hoje, existente em todas as nossas cidades. O grupo de Xamãs que falaram - principalmente um rapaz e uma senhora psicóloga terapeuta - que é Xamã - me agradaram muito. Não me compete questionar ou julgar a apresentação. Não me coloco nessa postura. Ao contrário, procuro acolher tudo o que dizem - não para eu seguir - mas para compreender que há muita gente que segue e esse caminho os/as ajuda.
Gostei de saber como se realizam as curas na tenda do suor que meu sobrinho Rafael faz há tantos anos e eu nunca participei (nunca tive ocasião). Também gostei de saber que usam iauasca como no Santo Daime, só que bem mais moderadamente. Enquanto no Santo Daime, se toma o daime em cada festa ou culto, no Xamanismo isso ocorre duas ou três vezes na vida.
Gostei de ver que se as antigas religiões da natureza oprimiam o ser humano ou o mantinham dependente das forças cósmicas - e inclusive os sacrifícios eram formas de prestar submissão a essas forças - agora não. Trata-se de comunhão e não de submissão.
Teria gostado de ver mais aprofundada a relação entre essas práticas xamânicas e a espiritualidade dos nossos índios aqui no Brasil. Tive a impressão de que a referência é ainda os índios norte-americanos. Que riqueza cultural e humana a ser aprofundada e vivida.