Hoje é dia de São José e no sertão do Nordeste uma chuva anunciou uma invernada promissora. Ao menos é o que pensa o povo do sertão. Tomara que tenha razão. Quando, aos 18 anos, eu entrei no mosteiro de Olinda, havia um ícone de São José que passava de noviço em noviço. A cada dia, ia de quarto em quarto dos monges jovens. E cada vez que o ícone passava no quarto da gente era sinal de que aquele era o dia ou a noite em que devíamos ir conversar com o abade. Era o dia de São José, porque ele era o pai adotivo de Jesus. Assim se dizia que o coordenador da comunidade, mas mesmo cada pessoa é responsável pela outra como uma espécie de pai adotivo. José era da Sagrada Família, aparentemente o menos importante, mas ao mesmo tempo aquele que garantia a segurança dos outros e que deu a Jesus o nome familiar dele e o ligou à casa de Davi como deveria ser o messias.
Pessoalmente, não gosto de devoção aos santos, (é minha cultura), mas essa memória de São José me faz lembrar que somos todos responsáveis uns pelos outros e nossa função uns em relação aos outros é o cuidado.