Mundaú é uma pequena localidade do norte do Ceará, mais ou menos a 150 km de Fortaleza. Uma praia linda, imensa a perder de vista, coqueiros, areia, mar e céu. Tudo parece ainda pouco tocada pela mão humana, a não ser uma casa aqui e outra ali e uma pousada da diocese de Itapipoca onde estou reunido com 18 irmãs da congregação da Imaculada Conceição (da Madre Paulina que o papa João Paulo II canonizou). É o retiro anual da província. Se eu pudesse, sugeria que o retiro consistiria em ficar na praia e contemplar a presença divina nesse mundão lindo e misterioso. Mas, é claro que devo entrar na programação delas. E tem sido bom. Aqui, o mundo parece parado no tempo, a não ser uma vez ou outra na qual aparecem alguns jovens turistas de bugre ou moto rodando pela areia mostrando que "a civilização" chegou e com ela o ruído, a poluição e o ideal da competição.
De minha parte sento diante das ondas e fico tentando escutá-las e elas me falam do Espírito que as move. Olho o horizonte e tento ver para além da linha que separa céu e mar. Quantos povos e quantos conflitos... Quando descobriremos ser todos da mesma família da vida?