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​Conversa, terça feira, 23 de julho 2013

Hoje, depois da minha entrevista na TELESUR das 13 horas, voltei para o hotel onde estou hospedado e no final da tarde fui à praia de Copacabana para ver ao menos o começo da inauguração da Jornada Mundial da Juventude. Apesar do vento frio e da chuva fina que ia e voltava, muita, muita gente. Não consigo calcular, mas acredito que teria sim um milhão de pessoas. Ouvi dizer que os inscritos eram 300 mil, mas sabemos que muitos chegam de última hora sem se inscrever. Em um palco gigantesco diante da areia de Copacabana, um casal de jovem tentava animar a multidão e apresentar um rapaz ou moça representante das várias nações ali presentes (falam que na Jornada haverá gente de 190 nações). As línguas eram várias e apesar do frio e da chuva, jovem é jovem. Sempre muito animados. 

As propostas de animação eram "viva ao papa João Paulo II", "viva o papa Bento XVI" e é claro acima de tudo, "viva o papa Francisco". "Quem tiver terço, levante-o para mostrar ao mundo que nós católicos amamos Nossa Senhora. E durante o tempo em que fiquei lá, não vi mais do que isso. (Tive de voltar pelas 18, 20 h porque daqui há pouco tenho de estar na porta do hotel para o carro me levar à entrevista da noite no morro de Sta Marta). 

Fico cada vez mais impressionado como hoje em dia a Igreja oficial voltou ao tipo de piedade do tempo que eu era menino e não  parece dar a mínima para os instrumentos espirituais que valorizamos na Igreja da Caminhada, a Bíblia, os elementos da vida e a liturgia mais ligada à realidade. 

Ao ver aquele show de grandes telões e o palco faraônico, soube que as sessões são dirigidas pela rede Globo (para serem profissionais) e um dos financiadores de tudo isso é o Banco Oportunity do Daniel Dantas que todo brasileiro conhece como exemplo de cristianismo e honestidade. 

Fiquemos com a opção do Evangelho e nos lembremos da palavra do Apocalipse que nos pede: Volte ao seu primeiro amor. (Ap 2, 5). 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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