Clelia
Cheguei ontem à tardinha em Buenos Ayres. Do aeroporto de Ezeida fui direto à casa de Clélia Luro, 86 anos, viúva do bispo Jerónimo Podestà. Como ele continuava exercendo o ministério de pastor depois de ter casado com ela e dizia que o papa não tinha direito de proibir o ministério a um padre casado (isso seria contra os direitos humanos que toda pessoa tem de casar ou ser solteiro), o Vaticano fez um processo contra ele e a chamava de "aquela mulher". Ela então respondeu com um livro cujo título é "Mi nombre es Clelia". E na Argentina um cineasta quer fazer um filme a partir desse livro. Meu nome é Clelia. Hoje começa em Buenos Ayres uma feira internacional do livro. Nessa feira, uma editora do município de Quilmes (perto daqui) publica um livro de Clelia sobre Dom Hélder Câmara, "El martir que no mataran". E me chamaram para apresentar esse livro. Para isso vim e vou fazer isso no final da tarde de hoje. Mas, pela manhã terei um encontro com um grupo de cristãos de várias Igrejas e de padres sobre a possibilidade das Igrejas cristãs se renovarem e voltarem ao espírito do cristianismo primitivo.
Esses encontros me fazem bem, principalmente quando descubro nesses grupos gente de 90 anos como o padre Aguirre um lazarista que conheço há anos e jovens de 30 anos como percebi no grupo. Ótimo. Como diria Dom Hélder: há mil razões para esperar e para viver.