Para quem acompanha com atenção o que acontece na América Latina, a notícia pior que se poderia ter nesses dias é justamente a vitória do Macri, candidato da direita na Argentina no segundo turno das eleições presidenciais que ocorreram nesse domingo. Para a integração latino-americana, é uma tragédia.
Desde 1998, quando o presidente Chávez ganhou, pela primeira vez, as eleições presidenciais na Venezuela, é a primeira vez em que o Império norte-americano conseguiu finalmente reverter um resultado eleitoral esperado e fazer com que países que elegeram governos progressistas dessem novamente a vitória à direita. No caso de Macri, eles (os norte-americanos) pensam que é a primeira de várias vitórias. Esperam ganhar na Venezuela nesse ano que vem e aqui no Brasil em 2018. Se conseguirem isso, voltaremos aos tempos dos anos 80 ou do FHC para pior...
No Brasil, a CIA norte-americana gasta milhões de dólares na grande imprensa para pagar a campanha de descrédito do governo e conseguem que a mesma Globo que ignora manifestações e caminhadas do povo publique com alarde qualquer evento de meia dúzia de manifestantes de direita. Na Argentina, como sempre se aproveitaram de vários erros do governo da Cristina Kitchner e conseguiram dar a vitória ao candidato deles. Agora, em pouco tempo, o pessoal radical que dizia que Cristina não é suficientemente de esquerda (e não é mesmo), vão ver a diferença. Aliás já estão vendo já que o candidato vencedor no discurso de vitória já falou mal da Venezuela e da integração latino-americana. No evangelho, lido hoje nas Igrejas, tirado do discurso sobre os últimos tempos, (Lucas 21), os discípulos perguntam a Jesus: "Até quando, Senhor?"